Voto de cabresto e curral eleitoral - Curral eleitoral é uma expressão utilizada por historiadores brasileiros na República Velha que indicava uma região onde um político possuía grande influência.
As duas expressões acima são velhas conhecidas da história política. Durante a chamada República Velha ou Oligárquica, tempo do voto aberto, a liberdade do eleitor era quase um luxo em algumas regiões do Brasil. Poderosos locais faziam uso de sua influência e/ou poder econômico para "sugerir" (leia-se obrigar) seus funcionários e agregados a votarem no candidato que lhes interessava.
Este fenômeno, chamado de clientelismo, há muito deixou de ter o mesmo peso na política brasileira, mas em certos lugares ou em certas circunstâncias ela ainda mostra sua cara.
A realidade política atual chama o povo a sair dessa situação degradante. Apesar do voto não ser mais aberto, não permitindo, portanto, que se saiba em quem cada pessoa esta votando, muitos ainda se sentem na obrigação de votar nesse ou naquele candidato por fatores que tiram a sua liberdade de escolha e ferem o sistema democrático de direitos.
Muitos ainda se sentem presos a tradições de família, alguns têm receio de serem rotulados de traidores ou sofrerem perseguições políticas e/ou econômicas, principalmente quando se trata de funcionário público, e por essa razão se deixam manipular e são usados como massa de manobra, para com o seu voto delegar poderes e muitas vezes eternizar famílias ou alas políticas no comando.
Há poucos dias, num pronunciamento do Vereador Fernando Aragão, falando do resultado de uma pesquisa recente, o mesmo apontou para a possibilidade de um grande número de eleitores de nossa cidade, está aguardando pela apresentação definitiva de candidatos para então se posicionarem. Será que estamos vivenciando uma nova fase onde as pessoas começam a pensar antes do voto, deixando a velha máxima “sendo do meu partido voto até numa cachorra”, frase esta, tão conhecida em nossa cidade?
Talvez seja o início de um processo de politização provocado pelas pessoas mais esclarecidas que buscam conhecimento e, portanto se tornam coerentes abrindo a esperança de escolhas mais balizadas nas próximas eleições. A melhor reforma política é aquela que o povo faz.
Precisamos aguardar que os políticos acabem com suas picuinhas internas, decidam quem realmente vai ser candidato, ai sim, depois de uma análise bem pessoal, daremos a nossa resposta através do voto. Uma frase quero deixar para meditação dos eleitores de nossa cidade: “Os seus amigos podem ser os meus amigos, mas os seus inimigos não precisam ser os meus inimigos”.
Por: Marcos Antônio
Do: Jornal Agreste Notícia



Nenhum comentário:
Postar um comentário