O advogado que defende a empresa pernambucana Império do Forro de Bolso, Gilberto Lima, afirmou ao UOL na última sexta feira (20) que a devolução do lixo hospitalar é a “prova” de que o material mandado dos Estados Unidos e retido no porto de SUAPE, em Ipojuca (PE), não era o esperado pela empresa. Segundo ele, o contrato firmado com a empresa norte-americana Tex Port seria para a compra de “tecidos de algodão com falhas” que seriam usados normalmente na confecção de forros de bolso. Por conta da diferença entre o material comprado e o enviado, a empresa vai pedir “indenização milionária” à exportadora dos EUA.“O envio do material encontrado no porto de SUAPE caracterizou quebra de contrato”, disse o Advogado, citando que, assim que a carga chegar ao porto de Charleston, nos Estados Unidos, a empresa exportadora vai ser notificada pela alfândega para recolher os contêineres.
“Assim que tivermos a confirmação de que o material foi entregue vamos entrar em contato com a empresa norte-americana para tentarmos fazer um acordo para que ela arque com os valores pagos pelos tecidos adquiridos pela empresa brasileira, além de despesas com frete, seguro e as multas pelo tempo que a carga ficou retira no porto de SUAPE”, disse o Advogado.
Lima informou ainda que ira ingressar com uma ação na Justiça dos Estados Unidos solicitando indenização por danos morais e materiais causados ao empresário cearense Altair Teixeira e sua empresa, “que foram extremamente prejudicados pela repercussão negativa da importação do material errado”.
“É uma causa de indenização milionária, pois tanto a NA Intimidade sofreu um abalo econômico porque paralisou suas atividades, causando danos materiais, quanto o empresário e sua família, que sofreram danos morais, pelo constrangimento que passaram ao serem acusados de importar o material de resto de hospitais erroneamente”, ressaltou Lima, sem citar o valor que será pedido.
O advogado, porém, afirmou que a “repercussão nacional e internacional do caso” vai determinar o valor da indenização que deverá ser pago pela empresa, caso seja condenada pela Justiça norte-americana.
Contêineres apreendidos
Os dois contêineres apreendidos no porto de SUAPE foram apreendidos nos dias 11 e 13 de outubro de 2011, depois que o sistema da Receita Federal em Pernambuco indicou que o valor da carga era incompatível com o declarado da importação. Os fiscais abriram os contêineres e suspeitaram que o material fosse resto hospitalar por existirem lençóis com logomarcas de hospitais norte-americanos sujos de sangue.
Junto aos tecidos também foram encontrados descartes de lixo hospitalar como cateteres, seringas, luvas usadas e roupas de bebês sujas de sangue. O material teria destino à empresa Império do Forro de Bolso, nome fantasia da NA Intimidade LTDA, com sede em Santa Cruz do Capibaribe.
Fiscalizações da vigilância sanitária encontraram galpões, em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, com tecidos suspeitos. Os três locais foram lacrados pela APEVISA (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária), e a empresa foi multada em R$ 6 milhões pelo IBAMA.
Do: Jornal Agreste Notícia Fonte: Toritama Informa

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