O pessimismo é igualmente expressivo quando os empresários são indagados sobre os desdobramentos das medidas e as consequências para a sua empresa: 70,6% acreditam que também haverá um impacto negativo, principalmente nas regiões Centro-Oeste (83,3%) e Sul (77,9%).
De acordo com o estudo, o ajuste fiscal proposto enfrenta resistência e desconfiança do empresariado. 61,4% das empresas afirmam não ser necessário e que as medidas são um retrocesso para o país, além de aumentar os problemas e retardar a volta do crescimento. Apesar da pesquisa demonstrar uma repulsa às novas medidas por parte dos empresários, os ajustes são importantes, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
“É inegável que os ajustes e cortes terão efeitos de retração econômica no curto prazo, e que certamente serão sentidos pelos empresários e pela população”, explica Kawauti.
“Mas por outro lado, essas medidas servem para arrumar a situação da economia e são importantes para que a retomada do crescimento aconteça de maneira sustentável no médio e longo prazo”, afirma a economista.76% dos empresários acreditam que os cortes diminuirão as vendas - Além do impacto dos ajustes fiscais, também foram analisadas as consequências previstas para os empresários sobre os cortes orçamentários anunciados pelo governo. Três em cada quatro (75,7%) dos empresários acreditam que os cortes irão diminuir as vendas de sua empresa e 77,6% afirmam que o lucro diminuirá.
Outro reflexo dos ajustes fiscais e cortes orçamentários é o número de demissões. Para 66,1% dos entrevistados, os empregos serão mantidos, mas outros 26% afirmaram que farão cortes em suas equipes.
No Nordeste, o número de empresas que demitirão funcionários atinge 39,9%. No Centro-Oeste, o percentual atinge 28,4%; no Sul, 27,2%; Sudeste 21,7% e na região Norte, 14,5%.
74% acreditam na diminuição do faturamento da empresa - Para 67,5% dos empresários, os impostos irão aumentar até o final do ano. A consequência disso, para eles, será a diminuição do faturamento da empresa, citado por 73,6%. Aparecem ainda à retração do consumo e a diminuição das vendas (73,1%), e a diminuição do crescimento da empresa (54,6%).
Quando perguntados sobre o acesso a crédito, 74,6% dos empresários afirmaram que contratar empréstimos está mais caro, com juros mais altos nos últimos três meses. Para 51,5% dos entrevistados, essa modalidade é importante para o crescimento dos negócios, mas afirmam que agora não é a melhor hora para iniciar essa pendência, já que o cenário econômico está pouco favorável.
“Ainda que as medidas econômicas sejam importantes a longo prazo, é para o momento atual que boa parte dos empresários espera resultados e benefícios, e por isso talvez o ajuste não seja bem recebido”, diz o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
“Para esses empresários, o ajuste pode trazer graves consequências de imediato, diminuindo o consumo dos brasileiros, encolhendo os lucros e dificultando a capacidade de as empresas tomarem capital”, conclui o presidente.Metodologia - Foram ouvidas 882 proprietários ou responsáveis pela gestão financeira de empresas de todos os portes, situadas nos 27 estados brasileiros. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais e o nível confiança é de 95%.
Do: Blog Agreste Notícia

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