A temperatura política subiu em Santa Cruz do Capibaribe com declarações contundentes do vereador Gilson Julião (MDB) sobre o colega de bancada, Carlinhos da Cohab (Republicanos). Ambos pertencem ao mesmo grupo político — tradicionalmente ligado ao grupo Taboquinha — mas estão em lados opostos quando o assunto é o cargo de deputado federal.
Durante participação no programa Política na Mesa, da Rádio Comunidade FM, Gilson não poupou críticas ao posicionamento político de Carlinhos, que vem se comportando como pré-candidato a deputado federal, estimulado pelo deputado Eduardo da Fonte (PP). Segundo Gilson, o colega de grupo tem se distanciado do conjunto político ao qual sempre afirmou pertencer.
“A leitura que eu faço, por exemplo, de Carlinhos, é que ele tem uma relação com o Eduardo da Fonte, então ele fez a escolha dele. Mas aí ele tem que assumir as consequências desse distanciamento do grupo que ele está tomando”, disparou Gilson.
Julião fez questão de lembrar que a ampla maioria do grupo — incluindo os outros 10 vereadores da base, o prefeito Helinho Aragão (PSD), o vice Flávio Pontes (Republicanos), o ex-prefeito Fábio Aragão (PSD) e o deputado estadual Diogo Moraes (PSB) — já declarou apoio à reeleição do deputado federal Felipe Carreras (PSB). E destacou que Carlinhos é a única exceção.
“Se a gente tem 11 vereadores que apoiam Filipe, e o único que não apoia é Carlinhos, então ele tem que assumir as consequências. Eu respeito o vereador Carlinhos, mas não acredito que ele seja candidato”, afirmou Gilson.
Gilson ainda colocou em dúvida a viabilidade jurídica da possível candidatura de Carlinhos. Filiado ao Republicanos, Carlinhos teria, segundo ele, que trocar de partido para viabilizar recursos de campanha via PP, o que poderia resultar em infidelidade partidária e a perda do mandato.
“O suplente dele, Toninho do Pará, com certeza iria entrar na justiça pedindo o mandato”, alertou.
Gilson relembrou a disputa pela presidência da Câmara Municipal e criticou a postura de Carlinhos naquela ocasião. Segundo ele, o colega não buscou diálogo com os demais vereadores e tentou impor sua candidatura via liderança externa.
“Carlinhos queria que Fábio impusesse o nome dele para a gente. Mas isso não cola. Quem quer ser presidente, conversa com os vereadores. Quem quer ser candidato, conversa com o eleitor e com a base. Ele não fez isso”, lembrou.
A celeuma escancara uma possível fissura no grupo Taboquinha, que até então demonstrava solidez. A dúvida que fica é: Carlinhos da Cohab está mesmo disposto a bancar uma candidatura federal contra a maré do seu próprio grupo político — e a que custo?
Enquanto os bastidores fervem, os desdobramentos dessa disputa interna ainda prometem render novos capítulos — e talvez uma redefinição nas forças políticas que comandam Santa Cruz do Capibaribe.
Do: Blog Agreste Notícia
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