O conteúdo da gravação é bastante revelador e mostra claramente as articulações que foram feitas em torno do escândalo que ficou conhecido como a ‘Farra das Locações’ que envolve a Prefeitura Municipal da Capital da Moda e a empresa KMC Locadora de Veículos – considerada empresa ‘laranja’ pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) – que fez negócios de aproximadamente R$ 1,6 milhões com o poder executivo de Santa Cruz do Capibaribe no primeiro ano de governo do prefeito Edson Vieira (PSDB).
A reunião que aconteceu na casa do vereador Júnior Gomes (PSB) que na época estava presidente da Câmara Municipal José Vieira de Araújo teve início a partir dos 21 minutos de gravação, devido o atraso de alguns parlamentares. Logo no principio o vereador e atual presidente da Câmara, Afrânio Marques (PDT), se mostra preocupado com a repercussão da denúncia da ‘Farra dos Transportes’ entre os eleitores apartidários, que segundo ele, decidem as eleições.
São João – O fato que chamou a atenção é quando o vereador Prof. Afrânio, aos 30 minutos de gravação diz que a licitação do São João foi feito por um funcionário do setor de licitação, chamado de Severino, teria sido realizada com as atrações já anunciadas e o evento em execução.
“Severino das licitações, Eu e Júnior ia lá e dizia: ‘Severino ver isso aqui’, como a gente fez a do São João e já estava as atrações sendo anunciadas, já estava rolando o São João e a gente ‘vamos lá Júnior’, lá a gente dizia: ‘Severino e a licitação?’ e ele ‘não, tá aqui não, a mulher levou para Fernando fechar em Caruaru’, e nós; ‘e quando é que a gente vem?’, ele ‘vem pra semana que a gente resolve’, ou seja, não tinham feito, a festa rolando e não tinha licitação”, afirmou Afrânio Marques.O vereador Júnior Gomes apresentou detalhes sobre a licitação que culminou com a contratação da empresa aos demais vereadores presentes na reunião e expressou sua opinião sobre o conteúdo por ele analisado.
Detalhes sobre a empresa - Um detalhe mostrado por Júnior Gomes aos demais vereadores, é que Calos Alexandre Fernandes Malta e Ana Catarina Malta eram sócios da empresa que teve uma alteração no seu capital que era de R$ 6 mil e passou para R$ 100 mil, mas que na época tratava-se de uma empresa de construção, em 2009. Em 26 de setembro de 2012, segundo as informações, a empresa funcionava em Recife e fez uma alteração de endereço para a cidade de Itapetim.
Na mesma data, Alexandre saiu da sociedade da empresa e transferiu de forma onerosa suas posses para a sócia Renata Rafaela Cavalcante da Costa.
“O que quê aconteceu nessa data, ele e a outra sócia saíram dessa sociedade que ficou com uma única sócia, aí tem um dispositivo na lei que: ‘A sociedade limitada poderá prosseguir com apenas um sócio pelo prazo máximo de 180 dias, exceto na hipótese contida no art. 1.033 da lei nº. 10.906’... Quando foi feita a licitação, a sócia da empresa era somente Renata Rafaela e se você observar as assinaturas da licitação, todas são assinadas por Carlos Alexandre Fernandes Malta, ele já estava fora, Renata era a sócia-administradora, só que ele (Carlos) era procurador”, explicou.Tanto a proprietária quanto o procurador, de acordo com Júnior Gomes, tinham o poder de assassinar o contrato.
Ouça a gravação na integra:
Do: Blog Agreste Notícia
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