Senhor Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que me traz à tribuna neste instante é um tema local do meu querido estado de Pernambuco.
Como se sabe, tivemos um grande empreendimento econômico da FIAT, que decidiu construir uma montadora de automóveis no Estado e contou — é verdade, devo reconhecer — com o apoio do Governo Federal. E eu tive o prazer de ajudar, na Legislatura anterior, no sentido de que uma nova legislação, criando um regime automotivo específico para a Região Nordeste, pudesse ser aprovada pelo Congresso Nacional, criando condições para que a FIAT se instalasse na cidade de Goiana, no meu estado de Pernambuco. A partir da instalação da FIAT, evidentemente toda uma cadeia produtiva se movimentou no lado industrial, no lado de fornecedores de serviços. Isso realmente trouxe um impacto extremamente relevante para a cadeia produtiva do setor automobilístico brasileiro, especificamente da Região Nordeste. No passado não tão distante houve a inauguração dessa fase de expansão da indústria automobilística para o Nordeste, ainda no Governo do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando a FIAT ia se instalar no Rio Grande do Sul e decidiu ir para o estado da Bahia, terra do meu prezado amigo e hoje prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto.
Falando especificamente da FIAT, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero fazer um apelo aqui da tribuna com relação a um segmento específico, que é o de transporte de veículos.
O Estado de Pernambuco teve a formação de um sindicato de transportadores autônomos de veículos automotores, dentro evidentemente de todos os preceitos de legalidade estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Mas, infelizmente, até agora não há uma concretização de que parcela dos automóveis produzidos na planta da FIAT, em Pernambuco, será transportada necessariamente por esse sindicato e por transportadores autônomos baseados no Estado. São pessoas muito simples, caminhoneiros típicos, cegonheiros, como se diz na linguagem mais popular, residentes em cidades como Santa Cruz do Capibaribe — onde atuo há muito tempo —, Caruaru, Lajedo e a própria Capital do Estado, a cidade do Recife. Portanto, esses profissionais do volante têm o direito, sim, de participar desse grande momento econômico, transportando veículos produzidos na planta da FIAT, na cidade de Goiana. Há uma intensa negociação e uma briga, pode se dizer, relevante. O transporte da FIAT hoje é monopolizado por uma empresa chamada SADA. Nada contra a empresa especificamente, mas, como ela terceiriza parte daquilo que transporta para a principal planta da FIAT no Brasil, que se situa em Betim, no Estado de Minas Gerais, não vejo nenhum impedimento em que a gente possa ter na planta da Região Nordeste, em Pernambuco, na cidade de Goiana, também espaço para transportadores pernambucanos, baseados no meu Estado, que é considerado o Leão do Norte.
Então, eu quero fazer um apelo público ao Dr. Belini, o Presidente da FIAT Brasil, à toda Diretoria da empresa, para que possam, através da área logística, abrir oportunidade para que transportadores logísticos autônomos, caminhoneiros, cegonheiros pernambucanos também participem desse grande momento econômico vivido com a implantação da FIAT no estado de Pernambuco. Ninguém quer monopólio, exclusividade. Não vai ser uma coisa específica e totalmente para caminhoneiros e cegonheiros pernambucanos, mas acho que é um gesto de atenção e de reconhecimento a uma atividade que já existe lá. Atualmente — eu peço apenas 1 minuto mais ao Presidente para concluir —, esses cegonheiros transportam veículos novos e usados do Centro-Sul para o Nordeste e vice-versa. Então, não há motivo para não aceitarem, não é uma atividade econômica e de serviços absolutamente nova. Ninguém está criando um sindicato a partir de novos caminhoneiros que se dedicam de transportar veículos. Eles já existem, já transportam e podem, portanto, se habilitar a transportar também veículos novos, fabricados e montados pela montadora FIAT no estado de Pernambuco. Eu aqui saúdo o Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos, que foi reconhecido pelo Ministério do Trabalho e, ao mesmo tempo, mando um abraço específico e especial ao meu amigo Luciano, que tem sido um dos articuladores desse movimento e conta com o nosso total apoio. Muito obrigado.
Do: Blog Agreste Notícia Fonte: Assessoria
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