Teve início na
manhã e se estendeu pela tarde desta quinta-feira (27), o julgamento dos
acusados de assassinar o garoto Flânio da Silva Macedo que tinha 9 anos de
idade, quando em julho de 2012 foi estuprado e sacrificado em um ritual satânico
em uma encruzilhada na estrada das Camarinhas na zona rural do Brejo da Madre
de Deus, Agreste Central de Pernambuco.
A vítima
trabalhava pegando frente em uma feira livre na cidade vizinha, Santa Cruz do
Capibaribe no Agreste Setentrional do Estado, quando foi atraída por um dos
acusados. O desaparecimento do garoto foi registrado no dia 1º de julho daquele
ano, no entanto, o corpo foi encontrado despido, com as pernas e braços
amarrados, além de decapitado.
Os réus Maria Edileusa
da Silva (Filó), o marido Genival Rafael da Costa (Pai Véi), Edinaldo Justo dos
Santos (Pai Nau) e Edilson da Costa Silva (Pai Denis), foram presos no mesmo
dia em que o cadáver foi localizado. Vale relembrar, que na época, a mulher
confessou o crime e apontou a participação de cada um dos envolvidos.
Os quatro acusados
foram apresentados hoje a Júri Popular no 4º Tribunal do Júri em Recife-PE, em
sessão presidida Excelentíssimo Juiz de Direito, Abner Apolinário, que iniciou
o interrogamento do ‘Pai Nau’ por volta das 10 horas da manhã. Por cerca de uma
hora e meia, Réu negou ter participado do crime brutal, mesmo caindo por
diversas vezes em contradição.
‘Nau’ tentou
sensibilizar os jurados afirmando que era um comerciante, pai de três filhos,
casado, que gostava de ajudar as pessoas. Ao ser questionado pelo qual motivo
foi envolvido no processo, ele justificou que a Edileusa lhe odiava, mesmo
admitindo já ter realizado trabalhos (rituais) com a mesma.
Ele ainda disse
que não era amigo e nem tampouco inimigo do ‘Pai Véi’, já que segundo ele, não
tinha proximidade com o mesmo. No interrogamento do Genival, logo após o do ‘Pai
Nau’, ele disse desconhecer qualquer intriga de sua esposa e o Edinaldo. ‘Pai
Véi’ informou que frequentava a casa do ‘Nau’ e acompanhava seu trabalhos e que
a Edileusa era ‘Filha de Santo’ do ‘Pai Nau’.
Mesmo com um vídeo
registrado por câmeras do circuito interno de monitoramento de um
estabelecimento comercial, em que aparece ao lado do menino passando em uma
bicicleta, o ‘Pai Véi’ nega ter dado carona a vítima, de ter estuprado e qualquer
participação na morte de Flânio Macedo.
Edileusa foi a
terceira a ser interrogada e durante a maior parte da sessão, contou detalhes
como o crime teria sido praticado. Segundo ela, o ‘Pai Nau’ era possuído por
algumas entidades, uma delas de nome Maria Padilha, enquanto o seu companheiro
era por Exu Caveira. Os dois, de acordo com ele, teria estuprado a criança e
depois degolado a mesmo que posteriormente foi decapitado com uma espécie de
torniquete.
‘Filó’ ainda disse
que durante muitos anos era agredida por ‘Pai Véi’ e que teria medo dele, bem
como, do ‘Pai Nau’. Relatou ainda que, no dia do fato, foi levada para o local
em um carro, mas não soube informar quem seria o motorista do veículo. Ela
alegar ter pedido socorro e tentado correr, mais foi impedida pelos criminosos
que assassinaram o menino e beberam o sangue da criança misturado com shampain.
Após a parte dos
questionamento realizados pelo Juiz e pelo promotor Dr. José Edvaldo, quando
indagada pelos advogados de Defesa, Edileusa voltou atrás e disse que tinha
sido ameaçada para inventar tudo aquilo que havia dito.
O Denis foi
interrogado em seguida e negou qualquer participação no crime. Confessou que
era amigo do ‘Pai Nau’ e que realizava trabalhos, mas não com pessoas humanas.
Um detalhe que
chamou a atenção, é que o promotor de Justiça, Dr. José Edvaldo, disse que
ainda avalia a suposta participação de mais duas pessoas. Na época, foi cogitado
a possibilidade de um quinto envolvido, no entanto, até o presente, as
investigações não conseguiram comprovar a participação de mais pessoas, no
entanto, no depoimento de ‘Filó’, mais duas pessoas foram citadas, sendo um
chamado ‘Pedrinho’ e outro de ‘Pai Antônio’, o qual, Edileusa o denominou de ‘Bruxo’.
Já por volta das
15 horas, o Juiz encerrou a sessão para dar continuidade nesta sexta-feira
(28), às 9 horas da manhã, já que a estimativa é que o julgamento dure pelo
menos mais dez horas.
Os repórteres Sidney Lima e Randerson Mardoquel
acompanharam o julgamento e trouxeram informações ao vivo através da FanPage do
Blog Agreste Notícia, inclusive com a participação do excelentíssimo juiz Abner
Apolinário. Confira:
Do: Blog Agreste Notícia
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