Os dados são do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da ANAMACO, com o apoio da ABRAFATI, Instituto Crisotila Brasil, ANFACER e SIAMFESP. O levantamento ouviu 530 lojistas, das cinco regiões do país, entre os dias 26 a 30 de janeiro. A margem de erro é de 4,3%.
Segundo a pesquisa, a queda nas vendas foi sentida menos fortemente pelas lojas de material de construção de grande porte, que tiveram desempenho de -3%.
“As lojas pequenas e médias, que representam 75% dos estabelecimentos do setor, sentiram mais a retração no mês, e registraram quedas de -11% e -7%, respectivamente”, explica Cláudio Conz, presidente da ANAMACO.Para Conz, os índices apresentados pelo setor em janeiro foram influenciados por alguns fatores externos.
“Tivemos uma decisão do CONFAZ, publicada em 15 de dezembro e que entrou em vigor no dia 1º de janeiro, que alterou a substituição tributária de diversos produtos e permitiu que os Estados fizessem a sua regulamentação posterior. Com isso, perdemos uma semana de vendas no mês. Qualquer decisão envolvendo a necessidade de alterar esse complexo sistema tributário nas relações entre varejo e indústria deveria, obrigatoriamente, ter um prazo mínimo de 90 dias para entrar em vigor”, declara.O presidente da ANAMACO também ressalta que o excesso de chuvas registrado no mês em algumas regiões do país também ocasionou um adiamento das obras.
“Chuva não combina com reforma ou construção. Por outro lado, assim que o tempo melhora, os estragos causados, sejam por infiltrações, por telhas quebradas ou etc. Precisam ser reparados e isso gerará uma demanda para o setor”, completa.No levantamento por regiões, a Pesquisa Tracking ANAMACO revelou que o Norte e o Nordeste tiveram o pior desempenho em janeiro, com retração de 19% e 20%, respectivamente. Já o Centro-Oeste teve queda de 10%, enquanto o Sul e o Sudeste registraram retração de 7% e 2%.
O estudo também revelou que ainda é forte o pessimismo dos lojistas com relação às ações do Governo (54%), mas melhorou o otimismo (de 18% para 22%). Para fevereiro, retrai a intenção de contratação de novos funcionários em todas as regiões do país, exceto no Sudeste, onde tal índice permaneceu estável. Já a pretensão de novos investimentos nos próximos 12 meses aumentou no Norte (de 34% para 38%), mas retraiu no Centro-Oeste (de 39% para 34%) e Nordeste (de 37% para 27%).
Cerca de 40% dos entrevistados acreditam que devem recuperar parte das vendas já no mês de fevereiro.
“Estatisticamente, fevereiro sempre vende menos que janeiro, por conta dos feriados e por ser um mês mais curto. Porém, os revendedores estão otimistas de que vamos iniciar o ano logo após o Carnaval, de maneira a equilibrar, já no primeiro trimestre do ano, as vendas em relação a 2015”, declara Conz.O varejo de material de construção fechou 2015 com retração de 5,8%. Foi a primeira retração registrada pelo segmento nos últimos 12 anos. A ANAMACO, no entanto, espera que o setor inicie um processo de recuperação em 2016.
“Teremos um primeiro trimestre difícil, mas a partir de abril e maio, a nossa previsão é que o setor volte a crescer e, se tudo sair como esperamos, fecharemos 2016 com um crescimento de 6% sobre 2015”, finaliza Conz.A Anamaco também informa que está finalizando os estudos para alterar o método de cálculo do faturamento do setor, em razão das novas medições introduzidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seus índices. Um estudo prévio, a ser finalizado em março, apontou que o varejo de material de construção teve um faturamento de R$ 115 milhões em 2015.
Do: Blog Agreste Notícia
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