A libertação de Ednaldo Justo dos Santos, o conhecido “Pai Nal”, condenado por um dos crimes mais bárbaros e revoltantes da história recente do Agreste pernambucano, voltou a gerar grande comoção. Pai Nal foi um dos quatro envolvidos no assassinato do garoto Flânio da Silva Macêdo, de apenas 9 anos, executado em um ritual satânico no Distrito São Domingos, em Brejo da Madre de Deus, no ano de 2012.
A criança desapareceu no dia 1º de julho de 2012, enquanto carregava frete na feira livre de Santa Cruz do Capibaribe. Flânio foi atraído por Genival Rafael da Costa (o “Pai Véi”), que foi flagrado por câmeras de segurança colocando o menino no quadro de uma bicicleta, já em São Domingos.
Dez dias após o desaparecimento, o corpo do garoto foi encontrado decapitado e com sinais de violência sexual em uma encruzilhada na estrada do Sítio Camarinha — cenário que evidenciava um ritual satânico. Diante da revolta popular, Pai Véi e sua esposa Maria Edileusa (a “Filo”) se entregaram à polícia. Ela confessou o crime em detalhes, apontando a participação de mais dois cúmplices: Edilson da Costa Silva (conhecido como “Deni”) e Pai Nal.
Vale destacar que, apenas 15 dias após o corpo ser localizado, a Polícia Civil realizou a reconstituição do crime no local. A reconstituição contou com forte esquema de segurança e a presença apenas de Maria Edileusa, única entre os acusados que confessou participação no crime. Os demais — incluindo Pai Nal — negam envolvimento até hoje.
A comoção foi tanta que, no dia da prisão dos acusados, cerca de 5 mil pessoas tentaram invadir a Delegacia de São Domingos para linchá-los. O tumulto só foi controlado com reforço da tropa de choque da Polícia Militar e uso de helicópteros. Casas dos acusados e centros religiosos de matriz africana foram depredados ou incendiados pela população revoltada.
Após quase oito anos de prisão, os quatro foram julgados no 4º Tribunal do Júri da Capital, no Recife, e condenados a 29 anos de reclusão – sendo 20 anos por homicídio triplamente qualificado e 9 anos por estupro de vulnerável. Maria Edileusa teve a pena reduzida em 3 anos por colaborar com as investigações.
Hoje, 13 anos depois, os condenados estão soltos, em regime semiaberto. A liberdade de Pai Nal causou ainda mais indignação após ele ser flagrado curtindo o São João como se nada tivesse ocorrido. Nas redes sociais, ele exibe uma vida comum, com declarações públicas de afeto ao companheiro e postagens sobre suas atividades religiosas, o que foi revelado por uma apuração exclusiva do Agreste Notícia, que acompanhou todo o caso desde o início.
A libertação e o comportamento dos envolvidos continuam provocando revolta e questionamentos sobre a efetividade da justiça e da sensação de impunidade em casos de crimes hediondos.
Do: Blog Agreste Notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário