Uma empresa contratada no primeiro ano do governo do prefeito Roberto Asfora em Brejo da Madre de Deus, Agreste Central de Pernambuco, está sendo investigada pela Polícia Federal, por superfaturamento. A empresa de ‘kits de robótica’ vendeu mais de R$ 8 milhões em remédios para o município brejense e mais 22 cidades do estado.
Segundo as informações, no esquema de superfaturamento de kits de robótica, é investigado a pessoa de Denilson de Araújo Silva, de 51 anos de idade, que também aparece como sendo proprietário da empresa Star Medicamentos e Material Hospitalar Eireli, ou Star Med. Entre os anos de 2020 e 2022, a companhia faturou R$ 8,5 milhões em contratos emergenciais.
Em fevereiro de 2021, por meio de dispensa de licitação, a Secretaria Municipal de Saúde do Brejo firmou contrato de quase R$ 100 mil com a empresa investigada pela PF. Poucos dias depois, com recursos da saúde foi efetuado o pagamento de quase 50% do contrato e exatamente quatro dias após, efetuou rapidamente o pagamento do restante do contrato.
Ainda de acordo com as investigações, a relação de Denilson com os demais acusados no esquema começou quando ele foi auxiliar de escritório em outra empresa de Edmilson Catunda, a 3JC Serviços – que está registrada no mesmo endereço que a Megalic.
Por sua relação com a Megalic e os demais suspeitos, Denilson foi alvo de busca e apreensão e também de um bloqueio de bens determinado pela Justiça Federal de Alagoas na Operação Hefesto, no valor total de R$ 8 milhões, contra todos os alvos. De acordo com a decisão, deverão ser bloqueados todos os bens de mais de R$ 100 mil de valor em poder dos acusados até que sejam atingidos os R$ 8 milhões.
Fundada em julho de 2020, no início da pandemia, a Star Med já começou suas atividades como fornecedora de diversas prefeituras de Pernambuco sem passar por licitação. Em 24 contratos fechados até 2022, a empresa vendeu medicamentos e equipamentos hospitalares para os municípios. Entre os itens vendidos, estão máscaras de proteção, luvas, agulhas descartáveis, algodão, atadura e remédios, como antibióticos, antigripais, antialérgicos e até ivermectina e azitromicina – medicamentos que chegaram a ser usados contra a covid, mas que são ineficazes contra a doença.
A sede da Star Med funciona em uma pequena casa com fachada “singela”, na definição da Polícia Federal, em um município do interior de Pernambuco. A investigação identificou apenas dois funcionários ativos em seu quadro.
“Apesar de sua criação recente, fachada ‘singela’, capital social relativamente baixo, e o seu proprietário e procurador residirem em outro estado (AL), a Star Medicamentos e Material Hospitalar Eireli celebrou diversos contratos com prefeituras de PE, com valores expressivos”, diz o relatório da investigação.
Além do Brejo, a empresa também foi contratada pelos municípios de: Palmares, Xexéu, Ribeirão, Carpina, Pombos, Chã Grande, Jataúba, Catende, São Bento do Uma, Timbaúba, Macaparana, Camocim de São Félix, Terezinha, Tracunhaém, Ferreiros, Cupira, Chã de Alegria, Altinho, Primavera e Glória do Goitá.
Do: Blog Agreste Notícia
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