Os professores que ocuparam em forma de protesto o prédio
da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Capibaribe na manhã da última
segunda-feira (12), mesmo sem chagar a um acordo com o governo municipal,
resolveram deixar o local na tarde da última terça-feira.
Os
professores da rede municipal de ensino exigem o rateamento de 60% do recurso
do extinto FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental
e de Valorização do Magistério – com quem trabalhou em sala de aulas durante os
anos de 2002 a 2006.
Edson Vieira
(PSDB) – prefeito de Santa Cruz do Capibaribe – pouco tempo antes da Prefeitura
Municipal ser desocupada, se reuniu com representantes da categoria e garantiu
que a maior parte da verba oriunda de precatórios ficara depositada em uma
conta da prefeitura da cidade até a conclusão do entendimento por parte do STF –
Supremo Tribunal Federal – já que o Ministério Público Federal recomenda que os
gestores aguardem apreciação daquela corte.
Vieira
informou que vai utilizar 25% do recurso para investimentos na área de
educação, enquanto o montante de 60% almejado pela categoria de professores só
ocorrerá, caso a justiça tenha o mesmo entendimento, já que o governo acredita
que a repatriação da verba é uma indenização ao município e não dos professores
que trabalharam na época.
Apesar de
finalizarem o protesto e desocuparem o prédio da Prefeitura, os professores ameaçaram
ingressa com uma ação na justiça pedindo o bloqueio do recurso.
“Estão querendo que eu der uma resposta que vai ser tantos por cento, ora, se nós estamos esperando a decisão da suprema corte maior, se nós estamos sendo orientados pelo Tribunal de Contas, se nós estamos tendo a recomendação do Ministério Público Federal, como é que eu como prefeito vou tomar uma decisão dessas de dizer que é X e me der o dinheiro pra cá”, disse Edson em entrevista o radialista Cesar Melo da Rádio Comunidade FM.
Mais a frente, o Tucano afirmou ter ficado
surpreso com a ocupação da Prefeitura Municipal:
“Surpreendeu, já que lá é um local de trabalho! Quero dizer que sou totalmente contrário a qualquer tipo de ação brusca contra seja quem for, seja professor, seja agente de saúde, seja qualquer profissional liberal, não comungo com isso, pois não é o meu perfil”.
Por fim, Edson criticou o fato de algumas
pessoas que não pertencia ao movimento ter ido também para o protesto, como
pessoas que foram candidatos ao cargo vereador no grupo que atualmente faz oposição
ao seu governo.
A professora Elieudes Bezerra abriu uma assembleia
dentro da Prefeitura e falou do sentimento vivenciado durante todo o protesto e
o apoio que recebeu das pessoas.
“Nós nunca fomos omissos a nenhuma situação, quantas vezes fomos às rádios falar sobre situação da merenda escolar? Quantas vezes fomos às rádios falar sobre condições de trabalho? Então esse é o dinamismo do professor e do SINDUPROM-PE (Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino do Estado de Pernambuco) aqui no município, mostrando que somos uma categoria organizada e nós mostramos a força do professor”, declarou.
Já a vereadora eleita e professora, Jessyca Cavalcante
(PTC), em entrevista concedida ao radialista Jairo Gomes do programa Cidade em
Foco, enfatizou que teve uma reunião antes da eleição, mais precisamente no mês
de setembro, onde o entendimento era que a verba seria carimbada e não haveria
problema para o encaminhamento do projeto de lei, porém, a falta de
conhecimento da pauta aonde até mesmo a própria Justiça, Tribunal de Contas e Ministério
Público, têm entendimentos diferenciados sobre o assunto.
“Mesmo se o parecer do Supremo ser desfavorável para a categoria, ele (prefeito) não se negará a negociar um percentual. Quando falamos em desfavor a categoria, é se for na direção que inviabilize esses 60% que é a grande reivindicação dos professores”.
Do: Blog Agreste Notícia
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