Um grupo de 14 detentos concluiu
o ensino fundamental em um anexo da Escola Estadual Dr. Edilson Bezerra de
Souza instalado no interior do Presídio de Santa Cruz do Capibaribe no Agreste
de Pernambuco. A formatura aconteceu durante à tarde da última quarta-feira
(14) na própria unidade carcerária com as presenças do diretor do presídio
Felipe Melo e da diretora da unidade educacional Jessyca Cavalcante.
Os familiares dos estudantes tiveram a
oportunidade de prestigiar o evento que teve o objetivo fazer a entrega dos
certificados a todos os concluintes.
Em sua fala, a diretora da Escola Adilson
Bezerra falou da importância do projeto, bem como, do sentimento em ver a
escola fazer a diferença na vida de cada um dos formandos.
“Os professores ensinam a vocês e vocês nos ensinam, pois todas as vezes que saímos daqui aprendemos com inúmeras reflexões de como ser um ser humano melhor, de como poder ajudar o outro e o quando isso nos faz bem”, enfatizou.
Jessyca ainda falou que a perspectiva para o
próximo ano é de ampliar a escola e atender ainda mais alunos, pois segundo ela,
é dessa forma que vai ser oportunizada as condições de ressocialização.
O diretor do Presídio, Felipe Melo, destacou que
o evento desistimatiza a imagem que é a unidade prisional de Santa Cruz do
Capibaribe é um ambiente opressor e mostra que o reeducando que mesmo privado
de sua liberdade, mas que tem a intenção de se ressocializar e mudar de vida, tem
o apoio da direção.
“Que vocês sirvam de exemplo para os outros reeducandos, para que em momentos oportunos eles também queiram mudar de vida, por isso fico feliz, pois realmente foi uma briga minha e de Jessyca”, pontuou.
O Blog Agreste Notícia conversou com
exclusividade com um dos concluintes que enfatizou os desafios da vida dentro
de uma unidade carcerária e também de poder concluir o ensino fundamental.
“Pretendo tocar meus estudos pra frente, quero concluir uma faculdade, fazer coisas que não fiz lá fora. Esse projeto foi muito importante na minha vida, pois era um sonho e hoje me sinto mais tranquilo, já estou sentindo falta da sala de aulas”, garantiu o detento que está preso há quatro meses.
Em entrevista concedida ao Blog, Jessyca falou
que foi um grande passo e que as pessoas não tem ideia do tamanho do projeto,
pois todas as pessoas que erraram merecem uma segunda chance.
“Esse é um trabalho que nasce com seis turmas em dois turnos, mas que no ano que vem, muito será ampliado. A gente olhando no sistema carcerário de Pernambuco, mais de 70% das pessoas que estão privativas de sua liberdade, não têm se que o ensino fundamental e isso é um dado marcante. Acreditamos que levando educação para essas pessoas, certamente elas serão transformadas”, concluiu.
O Blog Agreste Notícia também entrevistou
Felipe Melo que fez questão de ressaltar que o projeto é um mecanismo que visa
e concretiza o objetivo da penitenciária que é a ressocialização.
“É um mecanismo que propícia o privativo de liberdade que teve a oportunidade fora da unidade prisional de se educar e receber instruções, para que quando, quem sabe, sair da unidade prisional possa ser competitivo no mercado de trabalho”.
Além da escola, o Diretor do Presídio de Santa
Cruz do Capibaribe disse que a unidade ainda oferece atividades como cozinha,
padaria e serviços gerais, bem como, pretende instalar uma fábrica de confecção
em parceria com a iniciativa privada.
Do: Blog Agreste Notícia
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