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domingo, 5 de julho de 2015

SEPARANDO FATO DE FICÇÃO: OBESIDADE X CIRURGIA PLÁSTICA

 Poderíamos pensar que já conhecemos quase tudo sobre obesidade e perda de peso, afinal são tantos anos de dietas, regimes, planos mirabolantes para emagrecer... Mas um artigo, publicado no The New England Journal of Medicine, expõe uma série de mitos e mal-entendidos ainda vigentes. Os resultados podem surpreendê-lo: desde a ligação real entre comer mais alimentos saudáveis e perder peso, até mesmo sobre a quantidade de calorias queimadas durante a atividade sexual (perto de 21 calorias e não algo entre 100-300 calorias).
 Definido como um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, a obesidade é uma epidemia mundial. Mais de um terço dos adultos americanos são obesos. O índice de obesidade está estável no país, mas o número de brasileiros acima do peso é cada vez maior. Pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2014, alerta que o excesso de peso já atinge 52,5% da população adulta do país. Essa taxa, nove anos atrás, era de 43%, o que representa um crescimento de 23% no período. Também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. Os quilos a mais na balança são fatores de risco para comorbidades e doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.
 Adicionar mais frutas e vegetais à sua dieta irá resultar na perda de peso, certo? “Errado. Leia o artigo. Adicionar qualquer alimento à dieta sem fazer outras alterações comportamentais ou ambientais não vai fazer você emagrecer. Alimentos saudáveis também podem ser calóricos, você pode ser surpreendido ao saber que uma lata de refrigerante de uva contém menos calorias do que uma lata de tamanho similar de suco de uva”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (CRM-SP 62.735).
 A conclusão do artigo é que existem tantas crenças não esclarecidas sobre a obesidade, tanto na literatura científica, quanto na literatura popular, que estes mal-entendidos estão realmente contribuindo para a epidemia.
 Dados à porcentagem de obesidade na população e ao crescimento da cirurgia plástica, os cirurgiões plásticos estão vendo mais e mais pacientes com sobrepeso e obesos.
 “Como estamos discutindo os mitos sobre o emagrecimento, vamos dissipar a noção equivocada de que a cirurgia de contorno do corpo é um tratamento eficaz para a obesidade. A lipoaspiração é indicada para tratar pacientes com zonas isoladas de gordura; não é uma técnica cirúrgica para perda de peso. Abdominoplastia e braquioplastia removem a pele redundante dos braços e da parte superior do abdômen, respectivamente, depois que o peso é perdido”, explica Ruben Penteado.
 Um paciente cujo peso tem se mantido estável há anos, mas ainda está tendo problemas com a concentração de gordura em certas áreas do corpo é um bom candidato para a lipoaspiração, não alguém cujo peso tem sido instável e que está buscando resultados para retirar a gordura do corpo inteiro.
 “Os pacientes obesos devem ser cautelosos ao considerar qualquer procedimento cirúrgico e devem ser informados que a lipoaspiração não é indicada para remover dezenas de litros de gordura de um corpo em um único dia, esta é uma prática extremamente perigosa”, observa o médico, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
 Segundo Penteado, “não importa a cirurgia eletiva, de liftings faciais à lipoaspiração, uma regra de ouro para bons resultados e para a segurança do procedimento é solicitar que o paciente esteja com seu IMC abaixo de 30. Isso reduz o risco de complicações durante a cirurgia. Além de diminuir o IMC, no curto prazo, hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercícios físicos devem ser integrados à rotina do paciente. Ao invés de simplesmente perder peso para uma cirurgia plástica, os pacientes devem ter acesso a mais informações sobre os malefícios do sedentarismo e do excesso de peso. Sem cultivar bons hábitos, qualquer melhoria fornecida pela cirurgia de contorno do corpo pode ser facilmente perdida”, avisa.
 Obesidade e cirurgia plástica - E reforçando o alerta contra a epidemia de obesidade, um estudo, publicado na edição de maio da Plastic and Reconstructive Surgery®, relata que após procedimentos de cirurgia plástica comum, os pacientes obesos têm mais complicações e mais registros de atendimentos hospitalares. Mesmo após a contabilização de outras condições médicas, “pacientes com sobrepeso e obesos apresentam 35% mais propensão de ter um registro de emergência ou de internação no prazo de 30 dias após a cirurgia”, informa o estudo.
 Maiores riscos e custos - Utilizando um banco de dados de cirurgias ambulatórias de quatro estados americanos, os pesquisadores identificaram cerca de 48.000 pacientes adultos submetidos a procedimentos de cirurgia plástica cosmética comum: lipoaspiração, abdominoplastia, redução de mamas e blefaroplastia.
 Cerca de 4% dos pacientes foram classificados como obesos, com base no índice de massa corporal. Os pacientes obesos tinham taxas mais elevadas de outros tipos de comorbidades, tais como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e problemas de saúde mental.
 Depois de 30 dias após a cirurgia, 7,3% dos pacientes obesos apresentavam registros de atendimentos de emergência ou tinham recebido atendimento hospitalar, em comparação com 3,9% dos pacientes não obesos. Após o ajuste para comorbidades e outros fatores, o risco relativo foi de 35% maior para os pacientes obesos.
 A obesidade também foi associada a um maior risco de eventos adversos graves dentro de 30 dias após a cirurgia plástica: 3,2% contra 0,9%. Após o ajuste, o risco relativo foi 72% maior para os pacientes obesos. Estes riscos acrescidos levaram a despesas hospitalares mais elevadas para os pacientes obesos, com diferenças de custos médios de cerca de 3.900 dólares após a lipoaspiração, 7.100 dólares depois da abdominoplastia e 7.400 dólares depois de redução de mama. A taxa de atendimentos hospitalares foi maior para os pacientes obesos submetidos à abdominoplastia que tinham três ou mais comorbidades.
 Muitos estudos já apontaram que a obesidade está associada a maiores taxas de complicações cirúrgicas, inclusive depois da cirurgia plástica.
 “O novo estudo vincula a obesidade a um risco aumentado de atendimentos de urgência e de internações, levando ao aumento dos custos com os cuidados de saúde em pacientes submetidos a tipos comuns de cirurgia plástica cosmética. As descobertas podem ter implicações importantes para informar os pacientes sobre os riscos associados com a cirurgia plástica. Durante todo o período pré-operatório é importante educar os pacientes com sobrepeso e obesidade em relação à sua margem de risco e de complicações, bem como informá-los sobre a importância das comorbidades. Por exemplo, em pacientes diabéticos, a manutenção de um controle cuidadoso dos níveis de glicose no sangue pode reduzir o risco de complicações”, orienta o diretor do Centro de Medicina Integrada.
Do: Blog Agreste Notícia

Um comentário:

Marcos Antônio Godinho disse...

PARABENS PELA MATÉRIA... BEM DETALHADA!