quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DIRETO AO ASSUNTO!

 A MÍDIA E A CRIANÇA POBRE - Há alguns dias me deparei com imagem chocante divulgada pelo Jornal do Comercio, na qual uma criança estava afundada no lixo, onde só a cabeça estava de fora. Imaginei que os jornalistas, radialistas e blogueiros fossem explorar o problema e cobrar das autoridades providências para diminuir o caos e a desigualdade social. Se houve barulho em torno do assunto foi tão pouco, que eu sinceramente não escutei.
 O interessante é que os detentores da mídia que são tão eloquentes quando o assunto é redução de maioridade penal, não usam da mesma indignação quando o assunto são as crianças que estão sendo criadas nos lixões e aterros sanitários das cidades, ou por outro lado exploradas no trabalho sendo desviadas dos estudos e sem direitos a brincar e estudar como fazem os filhos das mais afortunados. Não usam o poder da imprensa pra mostrar que essas mesmas crianças que hoje vivem em situação de abandono social são as vítimas mais vulneráveis para os traficantes e assaltantes, que se prevalecendo da pouca ou nenhuma condição de sobrevivência, levam desde cedo essas crianças para o mundo das drogas, prostituição e roubo, para sustentar o comércio das drogas, das armas, jogos de azar e outros comércios ilícitos que tem enriquecido muitos figurões e políticos de nosso país.
 Por outro lado, os políticos, que deveriam estar preocupados com a desigualdade social e a injusta distribuição de renda em nosso país, estão preocupados consigo mesmo e com a sua manutenção no poder e na política. Defendem a redução da maioridade penal como se fosse varrer a sujeira para debaixo do tapete, mas não fazem nada para acabar com o tráfico de drogas, de armas, exploração do trabalho infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes, que infelizmente é uma situação muito presente no dia-a-dia das cidades brasileiras, principalmente em nossa região. Ainda defendem que “é melhor a criança estar trabalhando do que roubando”, demostrando de maneira clara que na sua forma de ver o filho do menos afortunado só tem essas duas saídas.
 Alguns profissionais da imprensa defendem algumas imposições de adultos, que evidentemente só se aplica a classe pobre, seja de posses ou de educação, são elas: O direito dos pais baterem como forma de educar e o direito da criança trabalhar para ser homem e mulher de bem. Interessante que filhos de ricos não precisam desses expedientes para se tornar homens e mulheres de bem!
 Quem defende, geralmente, ou é o explorador, sempre da classe mais abastada, ou aquele que também foi explorado na sua infância, geralmente da classe pobre.
Por: Marcos Antônio
Do: Jornal Agreste Notícia

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