terça-feira, 18 de outubro de 2011

NA ONU, BRASIL SE ALIA A DITADORES, DIZ DEMÓSTENES

O Brasil mantém sua política de se aliar a ditadores e nações enforcadas por dívidas criadas pelo gigantismo do Estado, em vez de se posicionar ao lado da democracia e do livre mercado. A avaliação é do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) sobre a participação brasileira na 66ª Assembleia Geral da ONU, que segue até dezembro. Demóstenes participou, de 8 a 14 de outubro, como observador do Senado enviado a Nova York, juntamente com os colegas parlamentares Marta Suplicy (PT-SP), Pedro Taques (PDT- MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Mário Couto (PSDB/PA).
Em referência ao discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia, e à política colocada em prática pelo Ministério das Relações Exteriores, o senador diz que o Brasil prefere se unir ao time dos países miúdos, “preferindo ser cabeça de rato à cauda de leão”. O senador observa que a pauta suprema no Conselho de Segurança foi o atentado (frustrado pelos Estados Unidos) que o Irã financiou contra o embaixador e a embaixada da Arábia Saudita, e igual repartição de Israel.
“O Itamaraty, novamente, optou por ficar ao lado do vilão”, lamenta o senador, ao observar que “dar nova chance a Mahmoud Ahmadinejad (presidente Iraniano) é um prêmio ao terror”. “Lamentavelmente”, continua o senador, “o Brasil fez opção preferencial pelo despotismo”. Na observação do senador, o Brasil prefere acreditar que sua política externa vai triunfar num marco de prosperidade, enquanto aposta na derrocada da Europa e dos Estados Unido.
Praga
Na visão do senador Demóstenes, o Brasil investe no discurso do politicamente correto. “Pude comprovar essa praga desde 8 de outubro como observador parlamentar acompanhando os trabalhos da 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Do árabe ao francês, é bobagem em todos os idiomas. E nisso o Brasil virou potência”, desabafa o senador.
Demóstenes lembra que não importa o tema, o que vale é falar de pacificação sem uso da força, respeito à soberania de quem não respeita ninguém, comemoração pela vitória de gênero numa guerra inexistente. “O debate profundo, para discutir assuntos inadiáveis, fica para outra época – ou vamos fazê-lo na linguagem dos grupos”.
O senador alerta que a crise toma conta da Europa, está à beira do Atlântico tentando atravessar. Mas o Brasil prefere manter a posição de que quem está endividado tem de continuar gastando, pois, na visão do Planalto, o culpado da quebradeira dos países é o capitalismo. Mas o fato é que o responsável pela derrocada da Grécia e Portugal foi o tamanho do Estado, que também comete erros praticados por aqui, com exageros de subsídios, incentivos e inchaço da máquina pública.
Ficou marcante nos debates na ONU, na observação do senador, o discurso utópico de que a paz no planeta será possível com reuniões. Mas, sobretudo, cobrando da comunidade internacional bilhões para ditadores corruptos tocarem as reconstruções de seus países recém saídos de guerras causadas, na maioria das vezes, pela disputa de tronos e cadeiras presidenciais. “Nações estão com o pescoço na forca dos débitos? Vamos nos juntar e tomar o comando do FMI que eu quero ver quem tem coragem de cobrar a fatura” ironiza Demóstenes, ao referir-se às ideais defendidas por países como o Brasil.
Do: Jornal Agreste Notícia

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