segunda-feira, 25 de outubro de 2010

SUSPENSÃO DE CONCURSO CAUSA APREENSÃO EM BREJO

A Prefeitura de Brejo da Madre de Deus, no Agreste pernambucano, suspendeu, temporariamente, o concurso público para preenchimento de cargos no governo municipal. A medida foi tomada em virtude de recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) diante do indício de fraudes envolvendo onze organizadoras, uma delas, o Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento e Estudo Educacional e Cultural (Ipedec), que é responsável pela realização do certame do município.
De acordo com o prefeito Edson Souza (PTB), a Prefeitura de Brejo não recebeu qualquer documento informando sobre a recomendação, mas resolveu tomar essa decisão levando em conta uma nota técnica publicada pelo TCE. “Não fomos notificados de nada, mas assinei uma portaria para aguardar a decisão final do tribunal”, afirmou o prefeito.
Concurseiros da cidade falam de inscrições “por baixo do pano”, onde os possíveis apadrinhados estariam anotando apenas dados pessoais e o nome de parentes que têm ligação com a Prefeitura. “As pessoas iam na Prefeitura e faziam uma inscrição simples, colocando atrás do papel o nome do pai ou da mãe e saiam dizendo que a vaga estava garantida”, denunciou M.J.P, de 30 anos, que pediu para não ter o nome revelado.
O prefeito rebateu as acusações e disse que é a favor de que sejam investigadas todas as denúncias. “Nós fazemos um governo transparente. Então, se isso realmente aconteceu, que seja apurado. A gente vai investigar”, garantiu Edson. Uma outra candidata inscrita no concurso da cidade, se diz insegura de realizar um exame sobre o qual pesam tantas acusações. “É um absurdo a gente estudar e se preparar pra depois ser eliminado por um arrumadinho da Prefeitura”, reclamou a candidata Marihá Tereza Lima, de 26 anos.
E essa insegurança não ronda apenas o concurso de Brejo da Madre de Deus. Em Sairé, onde os aprovados ainda aguardam a convocação, apesar do resultado já ter sido homologado, pode haver a anulação do processo. Um dos aprovados, que também não quis se identificar, afirmou que teve que recorrer da decisão para impedir que a vaga para a qual foi aprovado fosse passada para o atual profissional que ocupa o cargo como contratado. “A organizadora simplesmente me tirou da primeira colocação baixando a minha nota na prova de títulos. Eu consegui reverter, porque procurei o Ministério Público com outras pessoas e recorremos junto à MGF, que organizou o concurso”, disse M.B.C., de 25 anos, que lamentou pelo fato de haver a possibilidade de anulação. “Depois de tanto esforço, posso ter que jogar meus planos fora. Estudei pra passar, passei. Lutei pra impedir uma injustiça, consegui. Mas agora tudo está ameaçado”, concluiu.

Do: Joranal Agreste Notícia Fonte: Folha de Pernambuco

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