Dos 231
medicamentes que devem fazer parte da lista da Farmácia de Pernambuco, pelo
menos 139 estão em falta. A conta espelha uma taxa de desabastecimento de 60% e
retrata as queixas frequentes dos pacientes que precisam de medicação para
manter sob controle doenças crônicas, transtornos mentais, patologias
autoimune, deficiência do hormônio de crescimento e até dores superintensas só
aliviadas com morfina. O dado é do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que
há cerca de três anos abriu inquérito civil público para apurar o
desabastecimento.
“Há momentos em que remédios chegam à farmácia, mas imediatamente a escassez aparece. Medicações para hipertensão arterial pulmonar, por exemplo, já faltaram por cerca de um ano. Ingressamos, então, com a ação judicial para o Estado comprar o remédio. Ao longo do tempo, percebemos que outras medicações apresentam oferta irregular”, destaca a promotora de Defesa da Saúde da Capital, Maria Ivana Botelho, que preside o procedimento sobre a Farmácia do Estado.
O índice de
desabastecimento, segundo ela, vem da lista disponibilizada pelo governo
estadual mensamente para que o MPPE acompanhe a oferta das medicações.
“Essa relação é a mais atual, de fevereiro. Ainda vamos receber a de março. O secretário estadual de Saúde (André Longo) nos garantiu que a disponibilidade de medicamentos é uma das prioridades da gestão. Vamos ter audiência no fim deste mês para debater questões relativas à falta de remédios”, frisou.
A Promotora ainda
acrescenta que, durante o encontro, o MPPE discutirá atitudes que o Estado
possa tomar para garantir a normalidade do estoque. Ela ainda reconhece que o
subfinanciamento da Saúde é um dos fatores que comprometem a oferta de
medicações.
“Já fizemos audiência com fornecedores. Eles alegam não ter condições de se manter com o débito do Estado, que paga a alguns em atraso e continua em dívidas com outros”, diz Maria Viana.
Desde janeiro,
assim que assumiu o cargo de secretário de Saúde, André Longo, sinaliza
reconhecer o problema do desabastecimento.
“Por mês, são desembolsados R$ 5 milhões para a compra de medicamentos. Admitimos que é insuficiente. Estamos criando logística que otimize o processo de compras. Queremos criar um consórcio para que os estados do Nordeste façam compras compartilhadas, em grande escala, para alcançarmos economicidade perante os fornecedores”, informa Longo.
O secretário
acrescenta que estão em pauta outros projetos para a farmácia, como a criação
de um aplicativo para o cidadão verificar a disponibilidade dos medicamentos
sem ter que ir ao estabelecimento.
“Também estudamos
a possibilidade de melhorar a distribuição dos insumos, com entrega em domicílio”,
completou.
Do: Blog Agreste Notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário