Um grupo de ex-jogadoras de futebol de Santa
Cruz do Capibaribe, Agreste Setentrional de Pernambuco, se encontrou no Estádio
Otávio Limeira Alves, o ‘Limeirão’.
As mulheres, que defenderam entre as décadas de
1980 e 1990 as equipes de futebol local (Ypiranga, Capibaribe, Arco-íris,
Quimilson e Seleção Santa-cruzense de Futebol), foram precursoras da modalidade
na cidade, que hoje acontece em menor proporção, com projetos esporádicos, como
o Ypiranga, que recentemente manteve um time feminino que participou do
campeonato estadual e da Copa do Nordeste.
O encontro foi promovido pela Coordenadoria da
Mulher, da Secretaria de Desenvolvimento Social, e o grupo de jogadoras foi representado
nesta sexta-feira (29), em uma premiação que homenageou as mulheres
santa-cruzenses que se destacam na sua área de atuação na sociedade.
A coordenadora Nete Vieira comemorou o fato de
ter reunido as mulheres em um ambiente onde elas além de se divertirem,
enfrentaram muitas barreiras.
“É com muita alegria que promovemos este momento para essas mulheres que fizeram algo brilhante para o esporte, para a própria história de Santa Cruz do Capibaribe, essa é uma página da nossa história que precisa ser lembrada e inclusive o exemplo delas será usado para as meninas e adolescentes da cidade”, antecipou.
Resistência -
Marlene Lopes lembrou que seu primeiro contato com o futebol foi acompanhando
seu pai em jogos do Ypiranga ainda na infância, mas ele não gostava da ideia
dela praticar o esporte.
“Certa vez, meu pai falou que se eu chegasse em casa machucada, talvez até machucasse a outra perna, esse era apenas um dos tipos de barreiras que precisávamos superar. Era trabalhoso lidar com as pessoas chamando nosso time de ‘machonas’, homens dizendo que nunca namorariam uma mulher que jogasse futebol, mas nós superamos tudo isso, nós jogávamos por diversão”, afirmou.
Apoio para o esporte - As ex-jogadoras lembraram do apoio que o comércio
local dava para o esporte.
“Nós íamos às lojas, e com a ajuda dos comerciantes da cidade, conseguimos dinheiro para uniformes, trouxemos times adversários, conseguimos fretar veículos e irmos jogar nas cidades, etc., nós até homenageamos uma loja de pneus, estampando seu nome na camisa e colocando o nome da loja em um dos times, o Capibaribe”, lembrou Ana Catanha.
Ary Barbosa -
Uma fala comum em todas as ex-atletas, foi o incentivo de Ary Barbosa,
desportista e radialista santa-cruzense já falecido, que hoje empresta seu nome
ao Campo Municipal.
“Desde o início do time feminino do Ypiranga, Ary convidava para participar dos treinos, incentivava, orientava nos jogos e fazia de tudo para que o futebol feminino desse certo na cidade”, falou Rosemere Aleixo.
Do: Blog Agreste Notícia Fonte: Assessoria
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