O trio conhecido como "canibais de
Garanhuns" foi condenado por assassinar, esquartejar, consumir e vender
carne humana dentro de salgados no Agreste de Pernambuco.
Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel
Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram julgados
pelas mortes de Alexandra da Silva Falcão, 20 anos e Gisele Helena da Silva, 31
anos, ocorridas em Garanhuns, em 2012.
Conforme a decisão dos jurados, Jorge Beltrão
terá que cumprir pena de 71 anos de reclusão. Isabel Cristina pegou 68 anos de
reclusão. Bruna Cristina foi condenada a 71 anos e 10 meses de prisão.
Os três já haviam sido condenados pelo mesmo
crime contra uma jovem em Olinda, no Grande Recife. De acordo com o Tribunal de
Justiça de Pernambuco (TJPE), as penas desse julgamento serão somadas ao tempo
de prisão estabelecido anteriormente.
Os três foram condenados por duplo homicídio
triplamente qualificado - por motivo torpe, com emprego de crueldade e
impossível defesa da vítima -, além dos crimes de ocultação e vilipêndio de
cadáver e de furto qualificado. Jorge Beltrão e Bruna Cristina respondem ainda
por estelionato, sendo que Bruna ainda é acusada de falsa identidade.
O caso seria julgado em Garanhuns, mas o advogado
de um dos réus entrou com uma solicitação para que o júri acontecesse em outra
comarca.
Os três respondem a dois processos: um pela
morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, em maio de 2008, pelo qual foram
condenados em 2014; e outro pelos dois homicídios em Garanhuns.
Primeiro
dia - Na abertura do júri, o primeiro a ser ouvido foi Jorge Beltrão, que
afirmou que Bruna Cristina o torturou e que ele era vítima da situação.
“Tanto eu quanto Isabel fomos torturados para assumir isso aí”, afirmou.
Em plenário, foi exibido um depoimento de um
psicólogo falando sobre o estado de saúde de Jorge Beltrão. A promotoria de
Justiça mostrou em plenário um laudo que atesta a sanidade mental dos três
acusados, expedido pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico,
afirmando que o laudo atesta a capacidade dos réus de responderem pelos
próprios atos.
Segundo
dia - No segundo dia, o primeiro advogado a apresentar a tese de defesa foi o
de Jorge Beltrão, que mostrou laudos psiquiátricos do acusado aos jurados. O
advogado informou que pediria absolvição do réu, dizendo que ele seria
"inimputável" por doença mental.
Em seguida, foi vez da defesa de Isabel
Cristina expor sua tese. Os advogados optaram também por alegar insanidade
mental da ré, mas também afirmam que a acusada não praticou os crimes de furto,
vilipêndio e ocultação de cadáver. Os últimos a apresentarem tese de defesa
foram os advogados de Bruna Cristina.
Depois dos debates entre acusação e defesa, um
jurado pediu e o foi apresentado um vídeo com uma reportagem de TV sobre o caso
dos canibais.
Condenação
em 2014 - No primeiro dos dois dias de julgamento, em 2014, o trio foi
hostilizado ao chegar ao Fórum de Olinda e trocou acusações entre si durante os
depoimentos. Eles contaram detalhes macabros da ação e uma das rés, Bruna
Cristina, disse que "Jogos Mortais perdia", ao descrever o
assassinato de uma das vítimas. A ré afirmou que chegou a comer a carne da
mulher por causa do ritual.
Por crimes da mesma natureza cometidos em
2008, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira pegou 21 anos e seis meses de
reclusão e um ano e seis meses de detenção, totalizando 23 anos. Já as rés
Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva pegaram 19
anos de reclusão e um ano de detenção, totalizando 20 anos cada.
Do:
Blog Agreste Notícia
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