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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

SANEAMENTO: GOVERNADORES ENFRENTARÃO ENTRAVES COM A REEDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA QUE REVISA O MARCO LEGAL


 Os governadores que iniciarão o mandato neste 1º de janeiro de 2019 terão um grande problema nas mãos: levar saneamento básico a centenas de municípios deficitários, sem precisar aumentar a tarifa de água e esgoto. O risco de desestruturação do setor no país volta à pauta com a reedição na sexta-feira, 28 de dezembro, da Medida Provisória (MP) 844, de 06 de julho de 2018, agora MP 868, que altera o marco legal do saneamento no Brasil.
 Esta preocupação fez com que governadores eleitos no último pleito eleitoral, como João Dória, de São Paulo; Rui Costa, da Bahia; Paulo Câmara, de Pernambuco e Ratinho Júnior, do Paraná, (veja lista completa abaixo) se posicionassem contrários à então Medida Provisória nº 844/2018 tal como se encontrava, pedindo uma imediata revisão do texto, especialmente do Artigo 10-A que permanece na nova MP, agora como Artigo 10-C. A carta, assinada pelos governadores, foi divulgada em novembro pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento – AESBE.
 No texto da carta, os governadores ressaltaram que a forma como foi aprovado o relatório do Senador Valdir Raupp – relator da Comissão Mista que analisou a MP 844, faria com que o setor de saneamento tivesse riscos de desestruturação e de piora das condições fiscais dos governos estaduais, além do agravamento das desigualdades. E, ao contrário do que dizia o Governo Federal, os gestores afirmavam que a MP 844, com o artigo 10-A, desestruturaria os projetos com economia de escala.
 Os governadores falaram ainda sobre a falta de estímulo do Governo Federal para aumentar as parcerias entre o setor privado e os prestadores de serviços estaduais.  Seguindo a linha de pensamento de todas as entidades representantes das companhias públicas, os governadores também afirmaram no documento acreditar que o Artigo 10-A fará com que o Setor Privado se interesse unicamente pelos municípios rentáveis, enquanto a maioria dos municípios, pequenos e pobres, e aqueles onde há escassez hídrica, sejam delegados e fiquem sem solução. Desta forma, os municípios mais ricos irão avançar na universalização, enquanto os mais pobres vão ficar estagnados.
MP reeditada - De forma irresponsável, no apagar das luzes de seu governo, o presidente Michel Temer reeditou a MP, sem nenhum diálogo desta gestão com o setor. Uma iniciativa antidemocrática, que pode desestruturar o saneamento no Brasil, conforme alertado por Carta dos Governadores, publicada na imprensa nacional em 07/11/2018.
 A MP anterior 844 havia sido rejeitada pelo Congresso Nacional após um amplo consenso dos parlamentares de vários partidos políticos que decidiram não aceitá-la.
 As maiores entidades do saneamento no país entendem que as mudanças propostas pela MP não serão capazes de enfrentar os problemas do saneamento básico, trazendo ainda mais insegurança jurídica, com a iminente desestruturação das políticas públicas do setor. São elas: Associação Brasileira de Municípios – ABM; Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR; Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES; Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento – Aesbe; Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE; Federação Nacional dos Urbanitários – FNU; Frente Nacional de Prefeitos – FNP e Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA.
 Trata-se, novamente, de uma MP inconstitucional, que afeta a titularidade municipal, o subsídio cruzado e a lógica dos ganhos de escala, prejudicando os municípios mais pobres e gerando um grande risco de aumento das tarifas de água e esgoto em todo o país. Nesse contexto, estará comprometida a universalização dos serviços. E a MP, ao contrário do defendido pelo Governo Federal, promoverá a desestruturação do setor de saneamento, agravando as diferenças entre cidades ricas.
 Diante dessa ameaça, as entidades conclamam o novo Governo a retirar a proposta e o Congresso Nacional a rejeitá-la, a exemplo do que ocorreu com a MP 844.
 A partir da rejeição da MP, as entidades se comprometem a participar da construção democrática de uma proposta de modernização para o setor de saneamento básico, que, de fato, contemple os interesses da população, do setor público e privado, com a inafastável segurança jurídica, fundamental para a tão necessária e inadiável universalização do serviço.
Governadores que assinaram o documento da AESBE em novembro:
  • AL – Renan Filho (governador reeleito)
  • BA – Rui Costa (governador reeleito)
  • CE – Camilo Santana (governador reeleito)
  • ES -  Renato Casagrande (governador eleito)
  • MA – Flávio Dino (governador reeleito)
  • PA – Hélder Barbalho (governador eleito)
  • PB – João Azevedo (governador eleito)
  • PE – Paulo Câmara (governador reeleito)
  • PI – Wellington Dias (governador reeleito)
  • PR – Ratinho Júnior (governador eleito)
  • RN – Fátima Bezerra (governadora eleita)
  • RS – Eduardo Leite (governador eleito)
  • SE – Belivaldo Chagas (governador reeleito)
  • SP – João Dória (governador eleito)

Sobre a ABES - Trabalhando há 52 anos pelo saneamento e meio ambiente no Brasil, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES reúne em seu corpo associativo cerca de 10.000 profissionais do setor. A ABES tem como missão ser propulsora de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que contribuam para o desenvolvimento do saneamento ambiental, visando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas. www.abes-dn.org.br
Do: Blog Agreste Notícia

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