O Hospital e
Maternidade da Casa de Saúde Bom Jesus de Caruaru, Agreste de Pernambuco, é
alvo de uma denúncia feita pelo casal Ana Paula Silva Moraes e Marcus Santos
Azevedo de Santa Cruz do Capibaribe, que denunciaram no Ministério Público de
Pernambuco (MPPE) e na Delegacia de Polícia que instaurou inquérito para
investigar, o suporto aborto provocado por terceiros (funcionários da unidade
hospitalar), bem como, o desaparecimento do corpo de sua filha que se chamaria
Pietra.
A mesma denúncia ainda foi oferecida na Secretaria da Mulher, CREMEPE - Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - e na Secretaria de Saúde.
A mesma denúncia ainda foi oferecida na Secretaria da Mulher, CREMEPE - Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - e na Secretaria de Saúde.
O drama do casal
que procura por justiça, iniciou-se a um ano quando Ana Paula que estava com 20 (vinte) semanas e 4 (quatro) dias, ou seja, cerca de cinco meses de gravidez,
se sentindo mal, deu entrada na unidade hospitalar, apresentando fortes dores
nas costas e perda de líquidos. O médico que atendeu a paciente, e não teve o
nome revelado, informou que possivelmente seria uma infecção urinária que foi
confirmada através de exames realizados naquela oportunidade, mas que só foi
obtido, o resultado pelo casal, depois de muitos esforços.
Ainda de
acordo com as informações que constam na denúncia, o médico negou-se a examinar
a paciente alegando que o medico competente para tal ação, seria o mesmo que
acompanhava o pré-natal e prescreveu uma injeção do medicamento “Buscopan” que
foi aplicada em Ana Paula que foi liberada sem seguida, mesmo sentindo dores e
perdendo líquidos.
No dia seguinte, como não houve melhoras, a
mulher foi levada as pressas para o mesmo hospital aonde foi colocada na sala
de observação. O tipo sanguíneo de Ana Paula é do tipo O-, mas na triagem foi
preenchido no sumário de admissão e alta como B-. Para os advogados do casal, é
evidente o erro grosseiro, que pode ter gerado danos absolutamente irreparáveis.
Ainda
aguardando o atendimento, a paciente foi abordada pela Enfermeira Chefe, que
também não teve o nome revelado, que teria dito em tom altamente agressivo: “Se
você for de Santa Cruz do Capibaribe não pode estar aqui” e gritando continuou “Não
sou Deus para dar vida. Sou funcionária pública” se retirando e minutos depois
retornando perguntando se a paciente estava sentindo dores, apertando com os
dedos a barriga da mesma e informando que, se ela, não quisesse permanecer no
hospital era só assinar o termo e ir embora.
Ainda na
denúncia consta que, a paciente foi examinada por um médico que constatou que o
coração do bebê batia – BCF (Batimento Cardíaco Fetal) a 102bpm, mesmo assim, o
profissional informou que o mesmo estava morto e que a paciente estava
acometida de infecção urinária. O mesmo médico teria atestado o atendimento
equivocado realizado na gestante no dia anterior.
O médico,
segundo a denunciante, fez três toques de maneira absolutamente grosseira e
minutos depois, quando se dirigiu ao banheiro que fica a aproximadamente três
metros de onde estava internada, a bolsa se rompeu (estourou), sendo instruída a
tomar banho e retornar para a sala de observação aonde foi medicada e submetida
a exame de sangue. Após isso, foi encaminhada para a enfermaria pré-parto aonde
permaneceu por toda a noite sentindo dores e recebendo medicações sem saber
qualquer informação do que estava sendo aplicado.
No dia
seguinte, Ana Paula foi atendida por outra mulher, que ela acredita ser médica.
Foi informada, que, o bebê havia sido infectado e mesmo se nascesse vivo ou
morto, não seria viável. Ressaltasse ainda, que, até o momento em que deu
entrada na unidade, a gestante não tinha sido alimentada, já que a unidade
hospitalar não ofertou qualquer tipo de alimento.
Consta no Prontuário
Médico que foi administrado para a gestante, na manhã do dia 15 de maio de 2017,
a medicação “Misoprostol” que possuí efeito “abortivo” – sem o consentimento ou
conhecimento da paciente, mesmo não tendo sido mais realizado nenhum exame que
atestasse a condição vital do bebê.
Na denúncia
consta ainda que, a paciente ficou das 10h até às 15h com apenas a embalagem do
soro, ou seja, sem o soro e sem medicações para sanar as dores que sentia,
mesmo tendo pedido as enfermeiras por diversas vezes pela reposição.
Ás 15 horas
foi realizada uma ultrassom que apontou quê o feto não tinha vitalidade, porém,
o tal exame não mostra imagens do feto como qualquer ultrassonografia obstétrica.
“O hospital aplicou primeiro o aborto para depois realizar uma ultrassonografia obstétrica, sem informar absolutamente nada a paciente, que tomou conhecimento que lhe fora prescrita tal medicação, apenas quando folheou a cópia do Prontuário Médico que lhe foi entregue alguns dias após o fato ocorrido”, diz os advogados na denúncia.
Após a
realização do exame, a paciente foi ao banheiro e sentiu a criança nascendo,
deitou-se e pediu para a acompanhante chamar a enfermeira que ao chegar juntamente
com outros profissionais, a criança já estava com a cabeça para fora. Foi
informado que seria feito os procedimentos, mas sem especificar quais. A
criança nasceu, foi feito o corte do cordão umbilical e o corpo colocado em um
papel.
Ao pedir
para ver a criança, percebeu que o peito do recém-nascido subia e descia, como
se estivesse respirando lentamente, mas os profissionais logo saíram às pressas
do quarto informando que iriam pesar e medir a criança.
A paciente
solicitou a presença da Assistente Social para tentar entender o que havia
ocorrido, mas a mesma não compareceu, e foi atendida pela mesma mulher que
realizou os procedimentos que de maneira insensível disse que a criança “não
era viável e que seria descartada junta com a placenta” no lixo, deixando Ana
Paula em choque.
Somente por
volta das 22h a paciente foi encaminhada para uma sala aonde foi feita a
curetagem, tendo o procedimento sido encerrado às 2 horas do dia 16 de maio,
quando ainda a denunciante estava anestesiada.
A declaração
de óbito só foi confeccionada no dia 22 de maio, uma semana após o fato e o
corpo descartado afastando a possibilidade da atuação do S.V.O. – Serviço de Verificação
de Óbito – e realização do sepultamento.
O Blog
Agreste Notícia tentou contato com a direção do Hospital e Maternidade da Casa
de Saúde Bom Jesus, para falar sobre o assunto, porém, sem sucesso.
Do: Blog Agreste Notícia
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