“Milagre”. Foi
assim que a equipe médica classificou o caso do menino, de 10 anos, que
sobreviveu mesmo depois de ter o coração atravessado por um espeto. De acordo
com a cirurgiã vascular Andrea Rolim, apesar da gravidade da lesão, a criança
chegou ao Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, conversando,
respondendo as perguntas e tranquila.
O acidente ocorreu
quando o garoto caiu de uma escada em cima de um tonel onde estavam
equipamentos para fazer churrasco, em Toritama, no Agreste, distante 170
quilômetros da capital.
“O espeto acertou em cheio o coração. Geralmente, em casos parecidos, os pacientes chegam aqui em situação gravíssima ou, realmente, nem chegam. Isso é uma situação muito rara. Poucas vezes, vimos algo assim. Eu nunca tinha visto. Foi um verdadeiro milagre”, pontuou a médica.
Segundo a explicação
da equipe médica do HR, o próprio espeto serviu para evitar o sangramento. De
acordo com a cirurgiã vascular, o objeto vibrava junto com as batidas do
coração. O menino está internado na unidade de saúde desde o acidente, ocorrido
na quinta-feira (18).
Essa vibração
ajudou a equipe a fazer o diagnóstico.
“A gente desconfiou que tinha uma lesão cardíaca ou o espeto estava muito próximo do coração. O objeto funcionou como uma compressão. Ele fez o buraco e também tampou essa abertura. Então, não teve sangramento”, explicou Andrea Rolim.
“Os primeiros socorros, feitos pela equipe do Hospital Municipal Nossa Senhora de Fátima [em Toritama], foram muito importantes também”.
Para a equipe
médica, o fato de ninguém ter mexido no objeto foi primordial para salvar a
vida da criança. Qualquer movimento de retirada poderia ter causado um grave
sangramento, levando o menino a óbito.
“Ele é um garoto com muita garra, com muito ânimo. Ele e a família estavam muito tranquilos. Isso ajudou muito o nosso trabalho. Os primeiros socorros, feitos pela equipe do Hospital Nossa Senhora de Fátima [em Toritama], foram muito importantes também”, comentou a cirurgiã vascular do HR Claudia Albuquerque.
No Recife, a
criança foi recebida por uma equipe multidisciplinar. Com extremo cuidado, o
procedimento cirúrgico demorou cerca de uma hora e meia.
“Fomos cauterizando o ferimento à medida que retirávamos o espeto. Tudo com muito cuidado”, concluiu Andrea Rolim.
O menino já teve
alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas segue internado no hospital.
Ele apresenta boa recuperação, segundo Claudia Albuquerque.
“Ele fez exames para avaliar o coração. Está bem e respira sem a ajuda de aparelhos. A previsão é de uma alta precoce”, comemora.
Do: Blog Agreste Notícia Fonte: G1 Pernambuco
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