Em meio ao agravamento do racha no PSDB sobre
a permanência ou não no governo do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro
das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), entregou nesta segunda-feira sua carta de
demissão do cargo. No texto enviado a Temer, Araújo agradece a confiança do
presidente e afirma que já não há no partido “apoio no tamanho que permita
seguir nessa tarefa”. Fora do governo, ele deve reassumir seu mandato de
deputado federal por Pernambuco.
A saída de Bruno Araújo da pasta se dá dois
dias depois da declaração do senador Aécio Neves (MG), presidente afastado do
PSDB e principal fiador da permanência do partido na Esplanada dos Ministérios,
de que a legenda sairia do governo “pela porta da frente”. Outra ala do
partido, que inclui nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o
senador Tasso Jereissati (CE), defende a ideia de que o partido deve
desembarcar do governo quanto antes.
Na semana passada, Aécio destituiu Tasso
Jereissati da presidência interina do PSDB e indicou para o posto o ex-governador
de São Paulo Alberto Goldman. Tasso disputará a presidência da legenda com o
governador de Goiás, Marconi Perillo, que tem o apoio de Aécio Neves e seu
grupo político. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é visto
internamente como uma alternativa de consenso ou terceira via à disputa entre o
cearense e o goiano. A escolha será na convenção nacional do PSDB, em 9 de
dezembro.
Bruno Araújo ocupava a pasta das Cidades desde
que Michel Temer assumiu a presidência interinamente, em maio de 2016. Foi dele
o voto decisivo, na Câmara, pela abertura do processo de impeachment contra a
ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Além dele, os outros ministros tucanos na
gestão Temer são Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Antonio
Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
Após as votações das
denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente, pelos
crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa,
líderes do chamado “Centrão” da Câmara passaram a cobrar de Temer a saída dos
tucanos dos ministérios. Eles condicionam à reforma ministerial a aprovação da
pauta econômica do Planalto, sobretudo a reforma da Previdência, em tramitação
na Câmara.
Dúvidas – A saída de Bruno Araújo do Ministério das Cidades deixa
em dúvidas a consistência da liberação para construção de centenas casas
populares do programa Minha Casa, Minha Vida, assinada no início do mês pelo
então ministro, como foi o caso de Santa Cruz do Capibaribe e Brejo da Madre de
Deus.
A dúvida existe em virtude que não se sabe
ainda como ficará a relação de Bruno Araújo e o presidente da república que
poderá cancelar a construção dos imóveis liberados dias antes pelo tucano.
Veja abaixo a carta de
demissão de Bruno Araújo a Michel Temer:
Do: Blog Agreste Notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário