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terça-feira, 29 de novembro de 2016

CRIANÇAS COM TDAH E SUAS MÃES PODEM VIVER MENOS QUE POPULAÇÃO GERAL

 Transtornos psiquiátricos como o Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) geram um grande impacto emocional nas famílias. Mas, o que a ciência desconhecia até agora é que esta condição afeta também o DNA dos pacientes e seus familiares aumentando o risco de envelhecimento precoce e o surgimento de doenças e, por consequência, diminuindo a expectativa de vida.
 Pesquisadores brasileiros do Instituto D’Or de Pequisa e Ensino (IDOR), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificaram que crianças com TDAH e suas mães possuem telômeros reduzidos. Os telômeros são estruturas que ficam na ponta dos nossos cromossomos, impedindo a sua deterioração. Eles servem como marcadores biológicos para estimativa de vida, pois, com o passar do tempo ou por fatores externos como o estresse, os telômeros se desgastam levando ao envelhecimento e o surgimento de doenças. Quanto menor o telômero, menor a “expectativa de vida biológica”.
 No estudo, publicado na Frontiers of Molecular Neuroscience, foram analisados os materiais genéticos de 61 crianças entre 6 e 16 anos diagnosticadas com TDAH e de seus pais. Mesmo entre as crianças, que ainda estão no início da vida, os pesquisadores observaram telômeros reduzidos. O encurtamento dessas estruturas foi visto apenas nas mães e filhos e não nos pais.
 Os pesquisadores acreditam que o fenômeno se deva ao estresse gerado pela doença para a criança e para mãe, que na maioria dos casos é a principal responsável pelo cuidado dos filhos. O TDAH geralmente aparece na infância e as crianças com este transtorno apresentam desatenção, inquietude e impulsividade que geram prejuízos no seu dia a dia e nas pessoas do entorno.
 “Quando as pessoas pensam em transtornos comportamentais em criança, logo pensam no componente psicológico e nos impactos sociais que o transtorno gera”, diz o neuropsiquiatria Paulo Mattos, autor do estudo e pesquisador do IDOR e da UFRJ.
 “Isso tudo ocorre, mas o que mostramos aqui pela primeira vez é que os impactos são mais profundos, são biológicos e afetam o DNA.”
 Além de estar ligado a complicações de saúde, o comprimento dos telômeros é altamente hereditário. Pais e mães com telômetros mais curtos passam essas características para seus filhos. Isso significa que as crianças com TDAH no futuro podem ter filhos com telômeros reduzidos.
 Os pesquisadores observaram ainda que é a hiperatividade a principal característica do TDAH relacionada ao encurtamento os telômeros. O TDAH manifesta-se basicamente de dois modos: com sintomas de hiperatividade e de falta de atenção. Na amostra estudada, os pesquisadores identificaram uma forte correlação entre as crianças com sintomas de hiperatividade e o encurtamento dos telômeros.
 “Isso faz sentido porque é a hiperatividade que dá dor de cabeça na família”, comenta Mattos.
 “Geralmente, é a hiperatividade que leva os pais a procurarem o tratamento para o TDAH”, completou.
 O estudo chama atenção ainda para a importância de investir em tratamentos logo na infância para prevenir maior dano ao material genético.
 “Diminuir os níveis de hiperatividade e impulsividade nas crianças é importante para elas e para suas mães e isso pode ser realizado com uma série de técnicas comportamentais implantadas o mais precocemente possível”, explica outra autora do estudo, a geneticista e pediatra Débora Miranda da UFMG.
Do: Blog Agreste Notícia

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