O senador Armando Monteiro (PTB-PE) culpou “o
descaso e a falta de priorização” do governo Paulo Câmara (PSB) pelo que
classificou como “sinais de esgotamento” do Pacto Pela Vida, programa de
segurança pública criado em Pernambuco em 2007.
Em discurso
no plenário, nesta segunda-feira (07), disse que o Pacto Pela Vida “sobrevive
somente na propaganda do governo”.
“O Pacto Pela Vida sobrevive somente na propaganda do governo. E a sensação de insegurança e medo dominam a população do Estado”, sublinhou o petebista.
“Na raiz dos problemas está a ausência de gestão e comprometimento do governo estadual com as metas do Programa e o acompanhamento dos indicadores de criminalidade”, enfatizou.
O
pronunciamento no plenário do Senado foi feito a propósito da divulgação recente
do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e da reunião no Palácio do
Planalto, há dez dias, entre os presidentes da República, do Supremo Tribunal
Federal, da Câmara de Deputados e do Senado para discutir a criação de um Plano
Nacional de Segurança Pública.
Armando
assinalou que, considerado um êxito até 2013, quando conseguiu reduzir
substancialmente a taxa de homicídios em Pernambuco, o Pacto Pela Vida registra
“sinais de esgotamento” desde 2014. Lembrou que, se em 2015 a taxa de
homicídios aumentou 12%, o quarto maior índice de crescimento entre todos os
estados e o pior resultado do Pacto pela Vida, com 3.900 mortes violentas ou 11
assassinatos em média, por dia, conforme os dados do 10º Anuário, os números
deste ano são ainda mais desalentadores.
Alta
generalizada - “Até setembro último, já foram quase 3.200 mortes violentas, um
crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2015. A continuar esta
tendência, fecharemos este ano com mais de 4.300 assassinatos. Podemos
ultrapassar, ainda este ano, o número de mortes violentas do estado de São
Paulo, que tem uma população quase cinco vezes maior do que Pernambuco”,
declarou Armando Monteiro.
O senador acrescentou que, paralelamente, tem
se observado uma alta generalizada nos assaltos a ônibus, roubos de carros,
estupros e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana e no
interior.
“Foram registrados, em 2015, quase 15 mil roubos e furtos de carros, um crescimento de 20% sobre 2014”, informou.
O senador petebista citou o sociólogo José
Luiz Ratton, mentor do programa, para alinhar as principais causas do declínio
do Pacto Pela Vida: pouco investimento em tecnologia para prevenção e controle
do crime e na formação policial diversificada para as novas realidades
criminais; deterioração de recursos humanos e materiais, desmotivando as
polícias militar e civil; escassez de verbas em polícia científica e na
formação de um banco de dados mais sofisticados, e até falta de material de
limpeza e de escritório nas delegacias.
“Em gestões passadas, o governador participava diretamente das reuniões sobre o Pacto Pela Vida e impunha um sentido de urgência”, salientou Armando Monteiro, para quem “a sensação de insegurança e medo domina a população de Pernambuco”.
Do: Blog Agreste Notícia Fonte: Assessoria
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