Na última terça-feira, dia 20 de setembro de 2016,
o presidente do SINPOL – Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco – Áureo
Cisneiros, esteve mais uma vez na Corregedoria de Polícia para prestar seu
interrogatório em um dos inúmeros PAD’s contra ele e demais diretores do
sindicato por reivindicarem melhores condições de trabalho e denunciarem as
condições indignas e desumanas as quais os policiais civis são submetidos,
tanto nas delegacias quanto nos Institutos.
No processo
em que Áureo foi interrogado estavam questionando o fato do SINPOL ter
denunciado, nos dias 03 e 04 de março deste ano, as péssimas condições da
estrutura do IML Recife, que inclusive já causou a cegueira de um funcionário
por causa de uma mosca varejeira e outros que contraíram tuberculose, além dos
problemas decorrentes do mau cheiro que acometem tanto os policiais que lá
trabalham quanto os populares que necessitam dos serviços do Instituto.
A atuação de
Áureo e de toda a Diretoria do SINPOL sempre foi baseada no interesse e na
defesa dos direitos de todos os Policiais Civis, e nunca extrapolou os limites
da legalidade, exercendo nossas funções de acordo com as garantias
estabelecidas pelo Direito Sindical. O compromisso assumido com a categoria foi
de defendê-la intransigentemente e assim continuaremos.
Ocorre que,
mesmo com tantas demonstrações de comprometimento e sacrifícios em prol do
interesse de todos, exercendo dignamente as funções de representante de classe,
infelizmente alguns policiais, em especial da Corregedoria, não honram essa
nossa atuação e acabam servindo de instrumento para as perseguições perpetradas
pelo Estado via Corregedoria, como o que aconteceu no dia 20 de setembro.
Após Áureo
explicar que o que foi mostrado para a imprensa nada mais era do que as reais
condições de trabalho dentro do IML Recife, exigindo o mínimo de dignidade para
o exercício das funções dentro do Instituto, a Comissão que julgava o PAD,
reuniu-se, pasmem, em 10 minutos para dar o veredito: por UNANIMIDADE entendeu
que o presidente do SINPOL cometera as infrações imputadas pelo simples
exercício sindical de defender os interesses da categoria.
Por
unanimidade os “colegas” endossaram o entendimento da delegada presidente da
comissão de punir Áureo. É revoltante ver que nossos próprios pares não se
contrapõem às claras perseguições contra esta Diretoria que busca a melhora de
todos, inclusive deles. Não estava-se falando aqui de um processo onde
apurava-se desvios como extorsões, roubos, peculatos, abusos de autoridade,
tortura ou qualquer crimes desse porte. O processo administrativo versa sobre o
direito reivindicatório de melhores condições de trabalho exercido por
representantes sindicais legitimados para isso. E os membros da comissão
preferiram se deixar usar como ferramenta para impedir a reivindicação de
melhorias para todos os Policiais Civis, inclusive eles. Cabe aqui ressaltar
que a comissão que teve esta atitude é exatamente uma das três que tiveram seus
membros estranhamente substituídos recentemente e que concentra 80% dos
Processos Administrativos onde figuram diretores do SINPOL. Coincidência?
O Governo
está utilizando a Corregedoria para impedir de forma fascista o exercício do
Direito Sindical mundialmente consagrado de exigir melhores condições de
trabalho e salário, tentando impedir o nosso dever classista de forma abusiva e
ditatorial, quando na verdade deveria apurar e punir desvios funcionais no
exercício da atividade policial, o que não é o caso do nosso movimento
reivindicatório. Para se ter uma ideia, os incisos a Áureo imputados são os
seguintes: XXIV. Negligenciar ou descumprir a execução de qualquer ordem
legítima; XLVI. Prevalecer-se, abusivamente da condição de funcionário
policial. Ou seja, estão usando, forçosamente, da subjetividade que este
estatuto do Policial Civil, oriundo da época da ditadura militar, proporciona.
A diretora
do SINPOL se sente traída com tais atitudes. Não queremos conivência com o
errado, com o ilegal, mas, não podemos admitir que alguns “colegas” traiam a
própria categoria por benefícios individuais, como polpudas gratificações,
contra quem está lutando, e sendo extremamente perseguido por isso, para
melhorar nossas condições estruturais, salariais e funcionais.
Dizem que toda
UNANIMIDADE é burra, neste caso ela também é COVARDE.
A Diretoria
Do: Blog Agreste Notícia
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